Construção

O presente trabalho visa ilustrar a história de Tanabi.
Autor: Terso Marcel Mazza

Tanabi e suas orquestras, bandas de música, seus conjuntos

História das nossas orquestras, bandas e conjuntos de Tanabi


      Conta a nossa história, que a música é centenária no rio das borboletas. As bandas são centenárias, velhas como só, lá do século passado onde cada casa de italianos havia um músico, padre ou freira. Tempos das polcas, maxixes, guarânias...
       Vieram antes dos gramofones, vitrolas e tecnologias da época. Bandinha dos velhos tempos de namorar em praça pública, onde pegar na mão gerava um desconforto e causava arrepios.
       Alvoradas, comemorações cívicas, procissões, festas, quermesses, bailes; olha a banda do Sr. Euclides do Amaral Sales, Sr. Arlindo Orse, Sr. Zequinha Serantes, Sr. Orestes Scrignolli, Sr. José Viera, Sr. Guilherme Fontana, Sr. Alcides Nascimento, Prof. Sílvio Bertoz, Ten. Cirne, Prof. Moacir Bertozzi, todos eles maestros e regentes que atuaram em nossas bandas, desde o século passado até os dias de hoje.
      Olha a banda no circo, na porta do cinema, no enterro; casamentos, no campo de futebol. Olha a Banda! Dia de jogo a banda "nervosa", o bumbo explodia de raiva; as palmas eram de pratos e o grito do trompete. E as retretas aos domingos após a missa? Aquele bolero que saia da tuba. 
       Tanabi musical de sempre com suas orquestras, bandas, fanfarras e conjuntos. Os tempos passaram e a banda ainda sobrevive, não como antes, mas sobrevive. Nossa história musical é infinita. Que digo nossos cantores, coralistas e eternos e abnegados músicos. 
        Tanabi ainda sonha com seu desenvolvimento cultural que está adormecido, mas não está morto. Atualmente a regência da centenária bandinha de música está a cargo de Terso Marcel Mazza que assumiu a incumbência após a morte do saudoso Ten. Cirne. 
         Hosana, pois, àqueles, que lutam bravamente pelas tradições de seu povo.
         ..."Tanabi é uma cidade humana e serena, é nela que vale a pena lutar, amar e sofrer" (J.M.M)

      Essa tradição já ultrapassa mais de cem anos, isso mesmo. Podemos identificar que em meados do ano de 1911, já havia banda de música em Tanabi. Acreditamos ainda que esse tempo seja mais antigo. Em sequência faremos publicar algumas "despezas" com a banda na década de 20. 

Auxílio para a Corporação Musical - ano de 1925










Corporaão Musical - 1926. Maestro José Serante
Subvenção para a Banda - ano de 1927. Maestro José Vieira Alves.




          Até então, a banda não tinha local definido para fazer suas apresentações. Ela se apresentava em qualquer local. Antes mesmo de surgir a primeira praça pública de Tanabi, foi construído o primeiro coreto no final da década de 20, onde a banda passou a fazer suas retretas.



Foto da década de 40. Atualmente no local, se encontra a rodoviária municipal e a praça "Stélio Machado Loureiro".

















Cronologia

Ano de 1910 a 1920 - Maestro Euclides do Amaral Salles (Nhonhô Salles)

Ano de 1920 -             Maestros José Vieira Alves (Banda Lira Guarani) e José Serantes (houve duas bandas)

Ano de 1934 -             Maestros José Vieira Alves e Arlindo Orsi (houve duas bandas). No dia 18/11/1934, é eleita a nova diretoria da banda pertencente ao maestro Arlindo Orsi, assim ficando: Presidente- José Christianini Cosentino; Tesoureiro- Basílio Almeida Oliveira; Secretário-Oscar Rufnio; Fiscal- Francisco Cano; Membros-Dr. Paulo P. de Abreu, Paschoal Albanesi, João R. Aguilar e Rachid Honsi; Diretor Técnico- Maestro Arlindo Orsi; Conselho Fiscal- Gustavo Nogueira, Olavo de Brito e Tufy Abufares.

Ano de 1937 a 1945 - Maestros Alcides José do Nascimento e Guilherme Fontana (Banda Comercial)

No ano de 1943, José Vieira Alves monta a Jazz Guarany

Década de 1950- Maestros Sílvio Bertoz (Banda Santa Cecília) e Alcides José do Nascimento.
No dia 13 de fevereiro do ano de 1954, o Grêmio Literário e Recreativo de Tanabi promoveu o 'grito' de carnaval com o conjunto - Sílvio Bertoz e seu conjunto. 
No ano de 1954, havia uma escola de música e a professora era a Sra. Lúcia Fanele Cecarelli. 

Ano de 1961- Maestro Sílvio Bertoz (Corporação Musical "Santa Cecília") 
No ano de 1962, é montado o Instituto Musical de Tanabi de propriedade de: Sílvio Bertoz, Lucy Vendramini e José Rubens Pomponi. 

Ano de 1965 - Maestro José de Souto Cirne (Banda Santa Cecília).
Neste mesmo ano, houve também em Tanabi a Banda Marcial da Escola de Comércio "Visconde de Mauá". No dia 8 de agosto de 1965, a banda abrilhantou as festividades de aniversário da cidade de Votuporanga. A regência estava sob a responsabilidade do Ten. Cirne. 

Em setembro do ano de 1966, surge o quarteto "Bossambrasa", formado pelos músicos: Antônio Monteiro ('monteirinho'), Sílvio, Pedrinho e 'Ticão'. No ano de 1975, após algumas mudanças, o conjunto passa a chamar-se Bossambrasa II. 

      No início da década de 70, o Sr. João Alves promoveu junto a comunidade, uma quermesse aonde arrecadaram fundos para a compra de instrumentos para a banda. Com a extinção da banda Sta Cecília, todos os instrumentos foram doados à prefeitura municipal, sendo eles: 01 requinta, 03 clarinetes, 01 tenor, 02 pistons, 02 gênis, 02 trombones, 01 barítono, 01 bombardino, 02 tubas, 01 bombo, 01 par de pratos e 01 caixa; a doação ocorreu no dia 21/06/1974.

No ano de 1972, houve uma Banda Marcial Feminina. A instrução estava a cargo do Ten. Cirne. 

      Até então, as bandas de Tanabi não eram constituídas juridicamente. Tudo era de forma improvisada onde se reuniam os músicos e formavam as bandas.
           Mas com o tempo, houve-se a necessidade de legalizar a situação da banda para poder receber e captar doações dos órgãos públicos, até que no dia 10 de junho do ano de 1974, foi fundada a Banda Municipal de Tanabi, conforme reprodução da ata original ao lado. 
Constituída a banda, no dia 20 de junho do ano de 1974, foi eleita a primeira diretoria da banda e aprovado o estatuto contendo 19 artigos. 
              A diretoria definitiva ficou composta dos seguintes membros: Presidente - Osvaldo Federico; Secretário - Agnaldo Peixoto dos Santos; Tesoureiro - Sebastião Antônio Monteiro; Regente - Ten. José de Souto Cirne.

                        -Sócios fundadores da Banda Municipal de Tanabi-
José de Souto Cirne, Osvaldo Federico, Sebastião Antônio Monteiro, Agnaldo Peixoto dos Santos, Sílvio Bertoz, Sebastião Almeida Oliveira, Arnaldo Bertoz, Antônio Víctolo, Antônio João Alves Pereira, Moacir Bertozzi, Hélio Scrignolli, Antônio Pereira da Silva, Benevides Mariano do Prado, Laureano Perobelli Ferreira, Aparecido Naliati, Antônio José Zacheo e Vicente Bertozi.
     Os documentos se encontram registrados sob o nº 57, pág. 53, do livro A, nº 1, de Registro de Pessoas Jurídicas do Cartório de Imóveis de Tanabi.  O extrato para o registro foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 15/08/1974, pág. 44.





No ano de 1979, a Banda é filiada na Federação Paulista de Bandas.

No dia 16/08/1981, começa o primeiro ensaio da Orquestra Sinfônica de Amadores de Tanabi. A orquestra composta por músicos da região. Maestro José de Souto Cirne. Não prosperou por questões políticas.

No dia 21/03/1992, o maestro Moacir Bertozzi, funda a Orquestra "Cirinho e sua Orquestra".

No dia 29/07/1993, através da lei de número 1360, é criada a Banda Musical Municipal de Tanabi.

No dia 16 de maio do ano de 1993 o Maestro José de Souto Cirne assume a Banda Municipal de Tanabi ficando até o ano de 1996. 

Ano (01/01/1997 a julho/97), assume o Maestro Moacir Bertozi

De julho/97 a janeiro de 1999 a banda fica inativa por questões políticas.

Em março de 1999, com o falecimento do Ten. Cirne, assume a regência da banda o músico Terso Marcel Mazza, que permanece até os dias de hoje. 

Em julho do ano de 2005, é instalado o "Projeto Guri" em Tanabi. Suas atividades começaram no dia 12 de julho e, sua estréia deu-se no dia 26 de novembro do corrente ano. 

Através da Lei Municipal de número 1943/05, de 22 de setembro, é criado o "Projeto Tanabi Cultural" que visa ensinar música, teatro e dança. 



 ************As bandas de coreto


Em pé, no clarinete, "Toló". Com o trombone, de terno preto, Hélio Scrignoli, de branco atrás, Benedito Mendonça, em pé à direita Nico, na frente agachado, Mário Câmara e de terno branco, ao centro, maestro José Vieira Alves.

















Esta foto é da década de 40.
O Sr. ao lado direito do  homem que está segurando o bombardino é o Prof. e Maestro Sílvio Bertoz.















Banda do maestro José Vieira Alves. Em pé da esq. para dir: Vicente Fernandes, Luiz, José Dorna, Toló, Carlos Vieira.
Sentados, da esq. para dir: Antônio Machado, Ten. José de Souto Cirne, José Vieira, Ernani Bezerra dos Reis e Leoni Creazo. O menino sentado  Nico Dorna
Década de 40. 


Corporação Musical Santa Cecília - Década de 50. Maestro Alcides Nascimento.


De pé: "Ditinho" (1º tuba), Afonso "Oveiro" (1º clarineta), Maestro Alcides e Manelão da Candota.

Agachados: Antônio de Castro, Alvaro Jonas, Alvaro Silva, Luiz "Preto" e Bira Nascimento.






Banda do maestro Alcides Nascimento. Anos 50.



           






Anos 70.              




Ten. Cirne - Sílvio -Moacir- Sanica e Vicente








Primeira fileira: Sanica, Ap. Naliati, Moacir, Zacheo.
Atrás: Odilar, Hélio Scrignolli,Zarur e Vicente
Sanica, Moacir, Zacheo, Sílvio
Atrás: Vicente, Zarur...

Inauguração do Almoxarifado Municipal - Dez. de 1982
Na frente: Vicente, Moacir, Vando Silveira, Zacheo e Piquita
Atrás: Laureano, Ten. Cirne, Odilar, Hélio, Paulo e Taxinha.
Frente: Sanica, Naliati, Moacir e Zacheo
Atrás: Hélio, Zarur, Cirne, Dengo e Vicente.

Alvorada pelas ruas da cidade. 23/12/1981

Alvorada pelas ruas da cidade. Anos 80
Câmara Municipal de Tanabi. Anos 80.



Banda Municipal. 04/07/1995






Banda Municipal - Apres. Pe. Fidélis
30/05/1976



























Apresentação na quadra do T.C.C

Ano de 1975











Banda de Tanabi se apresentando na escola Pe. Fidélis. 30/05/76






Banda na posse do prefeito Alberto Víctolo
Local - Prefeitura Municipal - 01/01/1997








Igreja São Cristovão - bairro Nova Tanabi
Visita do bispo - 14/07/02






Apresentação na missa, capela do bairro de Ibiporanga. Ano de 2003.






Câmara Municipal de Tanabi - Ano de 2005
Terso, Zarur, Luiz Paulo, Zacheo, Flávio, Fernando,
Naliati, Paulo e Valdecir Jr.






Almoxarifado Municipal
27/06/2005









Inauguração do asfalto em torno da praça da "Bíblia". 04/07/2005.












Alvora pelas ruas da cidade.
Aniversário do município              
Ano de 2005





Bando tocando no côro da igreja matriz do centro
Terso, Zacheo, Luiz Paulo, Zarur, Naliati, Bel, Valdecir Jr,
Paulo, Flávio, Valdecir, Zelinha
26/06/2005









Apresentação na praça "João de Mello Macedo"
Dia da cidade. 4 de julho do ano de 2006












Câmara Municipal





Tocando na praça da matriz - centro
Julho de 2006











Julho de 2007





Comemoração Cívica. 04/07/2008
 Praça "João de Mello Macedo"


Missa 04/07/2008















Aniversário da cidade
04/07/2009















Missa 12/07/2009















04 de julho do ano de 2010


Sessão Solene -- Câmara Municipal
29/06/2010












05/07/2011



05/07/2011














Julho de 2011


Julho de 2011












*******Orquestras de baile

     Surge no início dos anos 50, a orquestra "Sul Americana", primeira orquestra de baile de Tanabi. A iniciativa foi do maestro Prof. Sílvio Bertoz.  


Álvaro (cantor), Aparecida Alonso (cantora), Álvaro (bateria), Pereira tintureiro (pandeiro), Pedrinho Locateli (acordeon), Ditinho (violão), Sílvio Bertoz (sax alto)...







 






    Essa é a orquestra "Ayndaes". Final dos anos 60.  No violão, Prof. Antônio Monteiro (monteirinho) e no clarinete, maestro Sílvio Bertoz. 

     Sílvio Bertoz também teve um conjunto chamado "Sílvio Bertoz e seu Conjunto" e posteriormente "Tanabi Orquestra".



         No dia 21 de abril do ano de 1992, o saxofonista Moacir Bertozi fundou a orquestra "Cirinho e sua Orquestra", vindo posteriormente a trocar o nome para "Cirinho Banda Show". A mudança no nome se deu em relação aos tempos modernos, haja vista, que a palavra orquestra não estava agradando mais. A sede da orquestra era na antiga máquina de café do Sr. Marão Elias Marão, esquina com as ruas Jorge Tabachi e Rui Barbosa. 
         Sua estréia deu-se no dia 07/05/1994, em um jantar promovido pela A.A.B.B. que na ocasião comemorou o dia das mães. A orquestra fez muito sucesso; tocou em jantares, bailes, festas da cerveja, carnavais... 

 Primeira fileira da esq. para dir: Orlando Bertoz (Tabaco), Terso Marcel Mazza, Alexandre Safady, Moacir Bertozi.

Jantar dançante realizado no antigo Cassino de Ibirá-SP, no dia 21/10/1994.


Convite








Cartaz que era utilizado pela orquestra.
Patrocínio do extinto Frango Tanabi na pessoa do Sr. Manoel de Souza Alves ("Mané Português).


 Baile no Clube dos Tangarás, ano de 1997.

Da esq. para dir: João Francisco Maneiro, Alexandre Safady, Bruno da Silva Santos, Moacir Bertozi e Alziro Zarur.











Baile dos Namorados realizado no Tanabi Cestobol Clube (T.C.C) no dia 11/06/1994. Da esq. para dir: Alexandre Sáfady, Bruno da Silva Santos, Terso Marcel Mazza, Junior Soler, Jorgito Bechara, João Francisco Maneiro, Arnaldo Bertozi (Sanica), Alziro Zarur e Silmara Buchide.
Os três cartazes referem-se a 6a.- 7a. e 8a. Festa do Choop promovida pelo Lions Clube de Tanabi.



A animação ficou por conta da "Cirinho Banda Show" 



Carnaval no Clube dos Tangarás. Anos 90.



Carnaval no Clube Municipal
******** Conjuntos Musicais

        Tanabi também teve conjuntos musicais que animavam os bailes e festas.

Conjunto Musical do maestro José Vieira Alves.
Da esq. para dir: Silvestre (Tim), Euclides Ribeiro (Toló), José Vieira, Carlos Vieira, Manelão da Candota, Vítolo e Ary.  Sentados: Moura (bateria) e Álvaro (banjo). Déc. de 40.




******Bandas carnavalescas e Festa da cerveja


Carnaval realizado no Grêmio Literário e Recreativo de Tanabi. Ano de 1948.

















Festa da Cerveja no Tanabi Cestobol Clube - T.C.C
Ano de 1973.  

Carnaval no Clube dos Tangarás. Ano de 1972.
Turma de baixo, da esq. para dir. Zacheo (sax alto), "Kelé" (sax alto), Ap. Naliati (piston), Cirne (trombone), "Dengo" (trombone).
Turma de cima, da esq para dir. Everson (bateria), Filho do Pereira (percussão), Valter (cantor), Pereira (percussão),  "Piquita" (cantor), tecladista



















Festa do Chopp realizada no clube dos Tangarás - Promoção Lions Clube de Tanabi, data de 21/11/1998

Da esq. para dir.- Fernando, Adilson, Zacheo, Naliate, Paulo, Agenor, "Piquita', Cirne, Fabiana, Mauricinho, Ana Lúcia, Alexandre e João de Deus.


********** Nossos maestros e regentes


O retrato abaixo está o Sr. Euclides do Amaral Salles "Nhonhô" Salles, uns dos primeiros maestros de Tanabi. Déc. de 10. Sua esposa chamava-se Thereza Salles.  

       
        Maestro José Vieira Alves, residia ao lado da casa do Cel. Militão Alves Monteiro, atualmente residência do Sr. Italino Alderigi Cuoghi. Era escrivão da Coletoria Federal em Tanabi. Fazia aniversário no dia 24 de junho. Ele é da década de 20. Muitos músicos tocaram na sua banda dentre eles: Arlindo Orsi (bombardino) vindo de Batatais; Alfredo Vítolo, Leone Creazzo, Ernesto Vítolo, Vicente Fernandes, Euclides Ribeiro, "Denga", Nelson Camargo, José de Souto Cirne, Manoel de Carvalho, Ernani dos Reis, José Dorna, Antônio Machado, Benedito Mendonça (Tuba)...
         No dia 8 de agosto do ano de 1938, a banda musical de Tanabi esteve presente no dia da fundação da cidade de Votuporanga - SP. Na ocasião o diretor e regente era o saudoso Ten. José de Souto Cirne. Também no mesmo ano, o presidente da república Getúlio Vargas, visitou S.J.R. Preto e o som ficou a cargo do Banda Musical de Tanabi.     


 (Foto do ano de 1957)   Sílvio Bertoz nasceu no dia 6 de junho do ano de 1916, na cidade de Monte Alto, estado de São Paulo. Filho de Francisco Bertosse, (natural de Triestre - Império Austro-Hungaro, atualmente território italiano; filho de José Bertosse e Thereza Bertosse), e Phylomena Marigliano e Carboni Rosa, naturais de Nápolis - Itália.)
          Chegou em Tanabi no dia dois de fevereiro do ano de 1938, em companhia de seus pais e irmãos. Na sua infância, aprendeu o ofício de ser alfaiate. Chegando em Tanabi, tomou parte na Banda Santa Cecília, então regida pelo maestro Guilherme Fontana. Do matrimônio de seus pais nasceram: Ottoni, João, Orlando (Tabaco), José, Sílvio, Moacir (Cirinho), Vicente, Madalena, Rosa, Thereza Aparecida, Zita e Arnaldo (Sanica).
             No ano de 1942, foi formado em Tanabi um Jazz Band da qual Sílvio era integrante; passado dois anos, passou a ser o regente. Logo, Sílvio formou a orquestra "Sul Americana" composta por dezesseis músicos e tinha como croner a jovem cantora tanabiense, Ilka Bessa. Essa orquestra tocou por toda a região até o ano de 1949.
             Sílvio conheceu a Inspetora Federal de Ensino que nessa época residia em Taquaritinga. Esta ouvindo Sílvio reger o Hino Nacional com tamanho brilhantismo, sugeriu a ele que deveria fazer um curso especial de música na cidade de São Paulo, no "Conservatório Paulista de Canto Orfeônico", sendo que nessa época só existiam dois cursos especializados, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. 
          Aceitou a sugestão e viajou logo depois para São Paulo e lá, nesse Instituto, não pode ser matriculado, porque lhe faltava o diploma ginasial. O diretor do Instituto, maestro João Batista Julião, disse ao Sílvio que era necessário fazer um teste em que pudesse ser apurado o seu grau de conhecimento musical.
              Nesse teste o candidato saiu-se maravilhosamente bem, recebendo portanto, a nota máxima, 10. Não houve dúvidas quanto à capacidade do jovem artista que já despontava para o estrelato. O maestro sugeriu à ele que se encaminhasse ao "Instituto Carlos Gomes de São Paulo", onde nessa ocasião era o regente o Capitão Romeu. 
              Sílvio teve que conseguir um diploma de instrumentista para poder facilitar a matrícula no referido Conservatório Paulista de Canto Orfeônico, foi então que o Sílvio a pedido do Cap. Romeu executou uma composição musical no instrumento clarineta na presença do maestro, fazendo em seguida um exercício musical de mais de quinze dias consecutivos de aula. A técnica e a execução foi tão brilhante, que foi o suficiente para obter o diploma desejado de músico do "Instituto Carlos Gomes" e depois da posse deste, viesse matricular-se no Conservatório Paulista de Canto Orfeônico.
              Uma vez matriculado, fez o curso vago durante quatro anos; após completado este curso, recebeu o diploma de Professor de Canto Orfeônico. Logo, se inscreveu no concurso oficial do Magistério e conseguiu ser aprovado com a nota sete, competindo com 86 candidatos; foi classificado em 16º lugar o que lhe valeu a escolha na vaga existente no Colégio da cidade de Pereira Barreto, onde lecionou música. 
                 
Casou-se com Maria Ruth de Andrade, natural de Barretos, SP, (filha de Antônio Batista de Andrade e Maria Alves Garcia) no ano de 1942. Desse matrimônio nasceram: Marilene Bertozzi, a "Pingo"; Carlos Bertozzi; Francisco Antônio Bertozzi, o "Dego"; Rosemar Bertozzi, "Peti", esta última, filha por adoção. Depois, transferiu-se para a cidade de Viradouro, e posteriormente foi para a cidade de Palestina, e por último voltou a Tanabi, onde lecionou na Escola "Padre Fidélis", até o ano de 1974, quando se aposentou. 


(Sílvio e Dona Ruth -Ano de 1975)
                   
Sílvio fez mais de noventa composições musicais compreendendo-se valiosas: dobrados (Alberto Víctolo, Waldir de Carvalho, Eterno Presidente), maxixes, marchar, hinos, boleros (Saudades dos anos 40), valsas (Cristiane), tagos, choros, etc. Hino do Licenciando, Hino do Professorando, Hino da Escola "Visconde de Mauá', Hino do Tanabi Esporte Clube, Hino do Município de Tanabi, fez a musicografia e orquestração do Hino do Centenário de Tanabi tendo como compositor o Dr. João Batista; Hino da cidade de Cosmorama, Hina a 7 de Setembro, com letra de Sebastião Almeida Oliveira; Culto ao Herói, letra do Dr. João Soler Haro; Hino da escola "Padre Fidélis"; Hino da Escola " João Portugal", Hino da Escola "Ganot Chateaubriand"; Hino da cidade de Bálsamo; "O Trabalho é bom", letra do poeta Luiz Maria Aimones Fúmes; "O Tempo", letra de autor ignorado. Formou bandas, conjuntos, fanfarras, serestas e corais    
                   
Ano de 1978. Foto de José Cury
Sílvio Bertoz é um patrimônio cultural musical de Tanabi; é incontestavelmente o lídimo representante dos músicos em Tanabi, embora tenhamos outros formidáveis. Em sua homenagem, a praça da Caixa d'Água, área central da cidade, passou a denominar-se Praça "Prof. e Maestro Sílvio Bertoz"; o salão nobre da Escola "Padre Fidélis" é denominado Salão Nobre "Prof. e Maestro Sílvio Bertoz".
                  Faleceu no dia 26 de julho de 1985, às 22h00, na Santa Casa São Vicente de Paulo de Tanabi, com 69 anos, vítma de uma "Parada Cardio Respiratória". Está sepultado no cemitério central de Tanabi, no jazigo de número 5033, perpétuo. 

Sílvio no clarinete; Moacir no sax tenor; Sanica no trompete e Vicente na tuba. 
Os Bertoz foi uma família tipicamente musical. No ano de 1938, muda para Tanabi o Sr. Francisco Bertosse (velho Kéko), natural de Triestre - Áustria, filho de José Bertosse e Thereza Bertosse, naturais da Áustria.  Em Monte Alto onde residia, com 25 anos de idade, marcineiro e músico, casou-se com a Sra. Phylomena Marigliano, 18 anos, lavradora, natural de Nápolis - Itália, filha de José Marigliano e Carboni Rosa, também italianos. Ela chegou ao Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 07 de maio de 1895, com seis anos de idade, sei destino foi a cidade de São José do Rio Preto. 
            Todos os filhos homens aprenderam música com o velho "Kéko" (pai), que tocava baixo tuba. Chegaram em Tanabi no ao de 1938. Na cidade, a família Bertoz contribuiu muito para o crescimento musical, preservando e cultivando as tradições vindas do século passado.
             Foram músicos de qualidade que tocaram com grandes orquestras: Silvio Mazuca, Ray Connif, Renato Perez, Arley e sua Orquestra, Leopoldo e sua Orquestra, Sílvio, Moacir e Orlando tiveram suas próprias orquestras.
             O sobrenome Bertoz sofreu várias alterações devido a erros cartorários: Bertosse, Bertoz, Bertozzi, Bertozze, Bertossi. 


O segundo da esq. para dir. é o Sílvio Bertoz


              José de Souto Cirne nasceu na cidade de Seridó, Rio Grande do Norte, no dia 20 de novembro do ano de 1918. Chegou em Tanabi no ano de 1932, por causa da nomeação e transferência de seu pai que veio ocupar o cargo de comandante da Polícia Militar no município.
           "Esteve ligado a Tanabi por longos anos. Em Tanabi trabalhou, ainda jovem, quando ingressou no Serviço de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Atuou em cidades vizinhas como Monte Aprazível e outras do estado, onde quer que o dever o chamasse. 
              Musicista, fez parte das corporações musicais de destacamentos militares em diversas localidades, e, nessa atividade, obteve várias promoções, tendo sido aposentado como 1º Tenente Músico.
             Regressou a Tanabi em 1963, após merecida aposentadoria, aqui residindo até ser chamado para continuar na eternidade a sua vida tão feliz. Teve uma existência vivida plenamente, fazendo com ardor, dedicação, responsabilidade e competência, o que era a grande paixão de sua vida, a música. Com o apoio, incentivo e compreensão de Dona Leontina,
Leontina Bula e Ten. Cirne
sua amada esposa, pode cultivar, plenamente, a arte musical até o último dia de sua preciosa vida.
        E como foi feliz fazendo música! E como foi atuante! E perseverante! Criou e dirigiu a Orquestra Sinfônica de Pirajuí, formou fanfarras nas escolas e Tiro de Guerra desta cidade e cidades vizinhas, organizou conjuntos musicais típicos que atuaram em inúmeras festas na noroeste, nas regiões de Araçatuba e Bauru
, grupos musicais para os eventos carnavalescos, grupo musical que atuou inúmeras vezes na Câmara Municipal de Tanabi e a banda da cidade de Tanabi, que tanto brilhantismo trouxe as nossas festividades cívicas, religiosas, esportivas e também tanta alegria ao povo reunido na praça nas noites de fins de semana.
       Nas tardes de sábado dirigia-se a Monte Aprazível para os ensaios da Camerata, tendo também nessa cidade organizado uma Banda Musical. Sempre esteve à frente de um grupo musical, mesmo em atividade paralela antes da aposentadoria, tendo repertório adequado a todas as ocasiões.
      Nas cerimônias e missas de fundação de várias cidades destas e outras regiões lá estava o Maestro Cirne com a sua corporação musical, dando brilhantismo as cerimônias, quase sempre realizadas em pequenos ranchos cobertos de sapé, como a bela próspera cidade de Votuporanga e outras.
     
Orquestra Sinfônica de S.J.R.P onde o Tenente era o maestro
Mas foi em S.J.R. Preto, à frente da Orquestra Sinfônica, que passou a dirigir ao seu regresso a Tanabi, que teve a sua atuação elevada ao mais alto grau de dedicação, amor, responsabilidade e competência. 
      Eram os dias de sua vida dedicados a copiar partituras, fazer arranjos, organizar repertórios, viagens a São José do Rio Preto para a realização de ensaios, apresentações públicas em praças, escolas igrejas, em eventos diversos, sessões da Câmara Municipal, reuniões, chegando a se deslocar para aquela cidade por até quatro ou cinco vezes por semana enfrentando inúmeros perigos. 
       Financiou pessoalmente a compra de partituras, acessórios musicais e até instrumentos. Nunca mencionou os gastos, inclusive em viagens e desgaste de carros, nestes trinta e seis anos de dedicação total a Orquestra Sinfônica de S.J.R. Preto.
       Muitas vezes foi incompreendido, criticado, mas de sólida formação religiosa e militar, sempre esteve de pé, firme, corajoso, laborioso, preparando peças para novos ensaios e novas apresentações. Ainda jovem, aqui fixou residência, tendo, em 1944, sob as bençãos do saudoso padre Fidélis Orueta, se casado com Dona Leontina Bula. Não tendo filhos, fez de seus sobrinhos e dos seus músicos os seus próprios filhos.     
        Assim foi o Tenente Cirne, o Maestro Cirne, dedicado à família que tanto amava, a esposa e a música que o fizeram tão feliz..."   (Texto da Profa. Maria Nazareth Andreazzi Marcoli, publicado no Jornal "O Município de Tanabi", no dia 28/02/1999).
       Compôs vários dobrados, marchas, sambas... faleceu no dia 23 de fevereiro do ano de 1999. 
Cirne e sua Orquestra - Bauru
Cirne e sua Orquestra


Orquestra Tambara - Bauru



           
Clube dos Tangarás
23/06/2006
              Moacir Bertozzi nasceu no dia dezesseis de novembro do ano de 1933, na cidade de Palmares Paulista. É conhecido como Cirinho. Trabalhou no posto de saúde, vindo posteriormente a se efetivar como professor de música e educação artística na rede pública onde se aposentou. Moacir é de uma família de músicos; começou sua vida musical aos 13 anos de idade tocando caixinha com seus irmãos e seu pai, o velho "Keko". Ja aos quinze anos, fazia parte da orquestra do seu irmão Orlando, na cidade de São José do Rio Preto. Foi nessa época que "Cirinho" iniciou a sua brilhante carreira na música. Tocou com muitas orquestras e bandas: 1º Clarinetista da Orquestra Sinfônica de S.J.R. Preto, quando da regência do saudoso maestro "Ranzini"; 1º Sax Alto do conjunto do pianista Roberto Farath, (Automóvel Clube da cidade de S.J.R.Preto);
Conjunto "Icaraí" do Mote Líbano
Sanica e seu irmão Moacir - anos 70
diretor musical do conjunto "Icaraí" (Clube Monte Líbano da cidade de S.J.R.Preto); fundador e 1º saxofonista da orquestra de "Renato Peres"; 1º saxofonista da Orquestra de Osmar Milani de SP; 1º saxofonista da orquestra do Nelson de Tupã (atualmente Leopoldo); 1º Sax Alto e barítono da orquestra "Arley e sua Orquestra"; integrante da banda  "Tropical Brasilian Band", maestro e regente da banda municipal de Tanabi; arranjador e 1º clarinetista da banda sinfônica da cidade de S.J.R.Preto. Participou em vários eventos como músico solista; e do Movimento Coral do Estado de São Paulo, "Clínicas Musicais". Foi instrutor de fanfarra na escola Ganot. No ano de 1992, fundou a orquestra "Cirinho e sua Orquestra", onde mais tarde trocou de nome para "Cirinho Banda Show". Se ídolo é o Charlie Parker, saxofonista norte americano. O seu estilo de música é o jazz. Moacir é um az como compositor, como instrumentista e como arranjador.   
Moacir e Sanica - anos 90



Arley e sua orquestra. Moacir no Sax Tenor



Sanica. Anos 50.















Os irmãos Orlando e Sanica.
Anos 40.













                                   
**************Recordações




No violão, o saudoso Antônio Monteiro.                                                                                                                                                 














 O terceiro que está com o pandeiro é o "Pereira" tintureiro.









































Luiz Eduardo com o trompete
Carlos Bertoz com o Sax Alto
Pedrinho Locatelli com o acordeon.  











 


Tocando na igreja







Casamento



Escola Municipal de música 














4 comentários:

  1. Prezado,
    Onde você conseguiu as fotos da orquestra Icaraí?

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  2. Você saberia me dizer o ano da imagem?

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    1. Oi André, tudo bem?
      A imagem é da década de 60.
      As fotos eu consegui de pesquisas que eu fiz e ainda faço.
      Você teria algo para me ajudar e colaborar?
      Tenho muitas fotos para acrescentar, porém, falta tempo.
      Desculpe pela demora.
      Se quiser bater um papo, e quem saiba tomar um café, mande mensagens no face In box. Terso Marcel Mazza.

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  3. Boa noite, sou neta do Orlando Bertozi e estou buscando informações para tirar minha cidadania Italiana atraves de Phylomena Marigliano, sera q vc poderia me ajudar com algumas datas e registros? Meu telefone whatsapp 11 94125-9004 - Natalya Bertozi Afif, agradeço antecipadamente!

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